O livro

Guilherme deseja que seus caminhos sejam livres como seu pensamento. 
Se o espaço em que vive encerra suas possibilidades, sua prosa simples, pelo contrário, se abre ao máximo para o inusitado.
Existem cores, existe o relevo das palavras, existem pausas.
Guilherme não sabe bem aonde quer chegar, mas sabe que a cidade em que vive o enjaula. E assim, nos conta entre bucólico e desesperado, as questões que o afligem: sua sexualidade, a vontade de fugir, a necessidade de assumir o desejo, e a ânsia por liberdade.

A história se passa nos anos 70, numa cidade do interior, onde a ditadura que assombra o Brasil passa quase despercebida. Guilherme está no auge de suas descobertas sexuais. Filho adotivo de uma família conservadora, o menino experimenta seu desejo sem limites. A primeira paixão é pela meio-irmã. Certo dia, porém, um garoto que chega da cidade aguça seus sentidos e provoca uma redescoberta que mudará sua vida e a de todos ao seu redor.  
Todas as questões humanas entram em xeque junto com suas descobertas: amor, sexo, memória, tradição, nostalgia, e os sonhos. Os sonhos que para Guilherme são a mais pura representação de liberdade. Sonhos, que ali, no meio do nada, só ele parece sonhar. Guilherme deseja ser livre, e isso significa ser compreendido e se livrar da mediocridade de um lugar que encerra suas possibilidades.